segunda-feira, 20 de abril de 2015

Deus Singular ou à parte?



Em meio aos questionamentos mundanos, todo indivíduo já deve ter se questionado: e Deus, o que é isso? Esse tal existe? Se existe, ele detém poder e controla a tudo e todos? 
Desde menino, por conta da forte influência cristã desnecessária em minha família, escutava e observava essa tal crença/fé proposta e seguida assiduamente por meus parentes. Aquilo que me chamava mais a atenção era, e ainda é, o fato dos mesmos simplesmente acreditarem sem ter algum dia questionado a existência de algum Ser superior e tudo mais. 
Perambulando entre crenças e descrenças, uma, em particular, me deixou absorto. Se Deus existe, o mesmo é Singular? Exemplo: unificado, sendo um só com tudo e todos, etc. Ou, em um sentido mais insano, exemplo: o mesmo vive "afastado", em algum canto galático, ou em qualquer lugar que seja, observando, como um idoso que domina as peças de um xadrez?
Assim como raramente chego a algo conclusivo em minhas reflexões, esta não foi diferente. Vale ressaltar que em meio a todos os nossos bailes mentais, talvez nunca cheguemos ao ponto de tudo saber e a resposta para tudo.
Deixo aqui, um trecho/teoria da excelente obra de Douglas Adams, O Restaurante no Fim do Universo, segundo volume da "trilogia de cinco", do Guia do Mochileiro da Galáxia: "Há uma teoria que diz que se um dia alguém descobrir exatamente qual é o propósito do Universo e por que ele está aqui, ele desaparecerá instantaneamente e será substituído por algo ainda mais bizarro e inexplicável. Há uma outra teoria que diz que isso já aconteceu."

Ah! É verdade! O texto era para ser sobre Deus, é, só era, pois eu nunca consigo seguir uma ideia cronológica mesmo. 

domingo, 8 de março de 2015

Inspiração em Sal, Dean e companhia


"Nós sacamos a vida, cara!" - Dean Moriarty

Conforme o mundo gira, a mente o acompanha. A consciência expande e novos horizontes surgem para inspirar o ser humano a vislumbrar o extremo, o impossível, a porra toda. Nos livros, na música, nas artes, sejam elas quais forem, se encontra o abstrato e inesquecível.
O frenético ritmo das aventuras de Sal Paradise e Dean Moriarty, personagens do livro On the Road, de Jack Kerouac inspiram qualquer aventureiro, mochileiro e andarilho. Eu mesmo, amante de tal cultura, mas sem ainda ter efetuado meu mochilão, senti-me parte do universo insano, surreal e alucinante dos criadores do movimento beatnik.
On the road mostra-se, acima de tudo, uma oportunidade de voltar no tempo e mergulhar profundamente no ambiente louvável e inspirador dos anos 50.
Os personagens variam, cada qual com a sua singularidade, seja pelo amor a poesia, seja pelo amor a estrada, seja pela devoção ao álcool e a marijuana. Cada individuo daquele universo te inspiram a buscar impossível, a viver o agora, a transcender medos e a admirar o espantoso e ameno, singelo e extremo, sereno e agitado, coeso e desordenado mundo afora. Nada nunca fez sentido, nem mesmo estas palavras.

"Todo mundo é um barato, cara"- Dean Moriarty

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

O eterno convite do desconhecido



     De meu quarto escuto, os risos e lampejos do que há lá fora: homens, mulheres, crianças, animais, seres e mais seres. Singulares comigo, ouvindo-os por instantes me perco em meio a tantas verdades e naturalidades.
     No agora, o mais vasto campo de energia existente esta à tua frente, tens os momentos para flagrar e a perder em singelos segundos de tempo do relógio contados. Este mesmo tempo, do qual, os seres humanos seguem sem parar, visto que já são meros vassalos, sem liberdade fora dos tic e tacs ali explícitos. Porém, quando teu ser torna-se presente, não coincide com a natureza infinita dele viver aliado ao tempo que, muito mais o limita, do que o amplifica no desconhecido. 
     Algo que se vive e se percebe quando libertos estamos, é perceber e romper os laços da beleza estética e sim, apreciar o natural estado do mundo onde estamos, sentir, tocar, ouvir tudo que se manifesta. Todo conceito que tu, antes te agarravas e prendia-te, não faz mais sentido, afinal, por que limitar o que se aplica no infinito como singelo e autêntico
     As identidades que carregas já não habitam mais em teu sublime jeito de ser, pois agora, tu simplesmente aliou-te ao agora, longe do tempo, sendo, vivendo, conhecendo e não mais julgando, dividindo, decompondo, despedaçando. Eternizou-te! És apenas, ser.
     É no presente que tu triunfas, em conjunto, em unidade, singular ao mundo. Chame do que quiser, Deus, energia, desconhecido, fora do comum, porém, não tentes definir o indefinível, ao menos, desfrute. 

Livre estás, para amar e compartilhar a harmonia universal. 


"O vento que aqui bate
Outrora lá bateu
Equidade para ser
O que sempre se sucedeu

Coeso e habitando
Singular junto ao mundo
Hoje, papel e caneta
Levam-me ao triunfo

Respirar e sentir
O que nunca vivi
O desconhecido te explora
Contrariando longas histórias

Amigo, alia-te ao agora!"


sábado, 22 de novembro de 2014

Afinal, Budismo é religião ou filosofia?

Foto: Joaquim Martins Paz
Um dos maiores prazeres da minha vida é conhecer visões de mundo distintas, seja através da filosofia, política ou religião. Está última, principalmente, sempre recebeu uma atenção maior de minha parte, pois é um tema discutido em meu círculo familiar, pelos meus pais, primos e afins, já que em minha família existem pessoas de inúmeras crenças. Pode-se dizer que minha família é um caldeirão de ideologias de vida, e isso é ótimo. Dessa forma, já cresci com uma cabeça liberal, sem bloqueios a nada, o que me permitiu entrar em contato e conhecer a fundo inúmeras religiões. Uma crença que me cativou desde o momento em que tive o primeiro contato com ela (não lembro exatamente quando foi) foi o Budismo. Muitos definem a mesma como uma religião, porém, as pessoas mais estudadas a caracterizam como uma filosofia de vida. Bem, terei de discordar dos dois grupos.

Nunca conversei com uma pessoa nascida em berço budista, que já traga a cultura de seus antepassados, e talvez isso me condene. Mas através de algumas experiências tirei minhas próprias conclusões a respeito do assunto. O budismo foi apresentado para mim através de blogs e textos provenientes da internet e, apesar de eu ter lido textos muito bem embasados e aprofundados na rede, nenhum me deu a resposta para a pergunta: Afinal, Budismo é religião ou filosofia? Então, recorri a fontes bibliográficas, mais especificamente ao livro Budismo Claro e Simples, do escritor Steve Hagen, além de algumas obras básicas de Dalai Lama.

Mas foi Budismo Claro e Simples que me ajudou na busca da solução desta questão que latejava em minha cabeça. No livro, Hagen apresenta sua visão do Budismo de forma quase didática, retomando conceitos a cada capítulo, batendo nas mesmas teclas durante todo o livro. Seu objetivo era destacar os pontos fundamentais da cultura e, segundo o autor, o mais importante deles é praticar o ato de Ver. Um parágrafo que praticamente resume o livro em poucas palavras é apresentado por Hagen ainda no início da obra. Nele, o autor explica:
O Budismo não é um sistema de crença. Não versa sobre aceitar certas doutrinas nem acreditar num conjunto de reivindicações ou princípios. Na realidade, é exatamente o oposto. Ele versa sobre examinar clara e cuidadosamente o mundo, sobre testar todas as coisas e cada ideia. O Budismo é sobre ver. Conhecer em vez de acreditar ou esperar ou querer. Também é sobre não ter medo de examinar qualquer coisa e todas as coisas, incluindo as nossas próprias atividades.
Analisando o Budismo dessa perspectiva, pode-se dizer tranquilamente que o mesmo é uma filosofia, pois não segue dogmas e não utiliza-se da fé, na frase "Conhecer em vez de acreditar" Hagen deixa isso claro. Ao terminar a leitura do livro, era o que eu realmente acreditava. Porém, ao visitar o templo budista localizado na cidade de Três Coroas - RS, deparei-me com um paradoxo. No local, Sidarta Gautama, o Buda, era elevado ao patamar de Deus. Além disso, nos textos explicativos espalhados pelo local, percebe-se um misticismo equivalente a crença de Eva ter nascido das costelas de Adão. Ou seja, tudo envolvia o ato de acreditar, o mesmo que Hagen rejeita em sua obra.

Resumindo, conclui que existe tanto a Religião Budista como a filosofia Budista. As pessoas que pensam como Steve Hagen fazem parte do grupo denominado por este de a "Doutrina dos Despertos", que basicamente é uma filosofia baseada no ato de conhecer, testar e duvidar antes de acreditar. Já as pessoas que veneram Buda e seguem dogmas e costumes, fazem parte da crença budista, pois a partir do momento que uma filosofia utiliza-se da fé em vez da razão, podemos chama-la de religião.

domingo, 19 de outubro de 2014

Relato Futuro

   

     Nem arquiteto nem jornalista. Outrora eu pensava em meu futuro e o que eu seria, hoje, isto não faz o menor sentido. Que tal um viajante? Carregar memórias, histórias e experiências.
     Sustentar memórias do que virá e estar no agora para contemplar soam como o futuro fora de preocupação. Observar o mundo que aguarda-me para a maior liberdade já existente. Entrelaçar o meu eu junto à vida, exalando alegria de uma presença intensa seja onde for. Voar!
     As histórias farão o mundo contar o que vivi no singular universo que acontece no presente momento.
     Descobrir um mundo e virar, a cada dia, uma nova página do livro da vida. Ora aqui, ora lá. Europeu ou americano, não importa. Onde estiver, histórias a contar existirão e as identidades passadas não passaram de lembranças.
    O que aprender, tornarão experiente o andarilho que pelo mundo caminha, ganhando conhecimento que o farão um baú de oportunidades a explorar. A mente livre e vazia que lhe fazem companhia o farão iluminado.
    Os conceitos chegam a desaparecer mas a vida segue com seus encantos. Evoluir e crescer para conhecer e desfrutar.
    O acumulo de informações não o prenderá e sim, o libertará para ser singelo, coeso e presente.
    Os sistemas sociais que antes o trancavam em uma caverna com falsas luzes serão erradicados por sua astúcia. A profissão do ser será a de viajante. De fora a fora ele viverá!

domingo, 12 de outubro de 2014

O Simpático Jogo de Domingo

 


    Nas famosas peladas de futebol o que mais vemos são: alegria de jogadores, um convite e o dizer de que sempre há espaço para mais um e os sorrisos ao termino da correria para o comprimentos finais e bons goles de água. Eis que, em uma dessas, o desfrutar foi tão grande, de tamanha felicidade que, os abraços finais nos deixam a certeza de bons momentos e um fim de domingo sensacional.
    Nos gritos de "toca pra mim", "hey, chuta", "manda pra cá, tô livre", sobram prazeres e diversão. O esplêndido sabor desta experiencia cativa todos os que ali estão presentes, jogando ou assistindo. A brincadeira que ali rola, é como coração de mãe, sempre cabe mais um. De minuto em minuto, um novo amigo chega, por hora, chegam a vir desconhecidos, mas que, no final, tornam-se parceiros.
    Este é a verdadeira sintonia dos seres, conexão pura, entre natureza, ser humano, enfim, todo o eco-sistema. Dos tombos e escorregões, à terra marca os corpos, a grama não passa longe. As habilidades ali demonstradas geram assuntos que seguem pela semana inteira.
   Ao término do dia, fica a certeza, junto as dores musculares, de que, no próximo final de semana tem, de novo, amizade, suor, animação, bem-estar, farra e demasiado entretenimento.
   Viva ao todo, viva à vida! Sejamos todos um só! 


segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Sobre questionar o mundo

    
     Em minhas ideias, transbordam questionamentos quanto aos meios sociais, culturais e existenciais. Buscar a origem dos conceitos que questiono, leva minha mente a ver o que envolve nossos problemas dentro de tais áreas que o ser humano vivencia.
     Entender das situações sociais que abrangem campos amplos de estudos ajuda-nos a libertarmo-nos das prisões criadas por mentes cheias de paradigmas que, ao invés de estimular a resolução, acarretam no deixar de lado e ignorar, estagnando novas visões. No ambiente do estudo o conhecimento nos eleva. Compreender à política, à economia, à dúvida, gera autonomia pelas vastas áreas do conhecimento. Quebrar conceitos dissolve a imobilidade mental que, por fim, nos guiam a iluminação. 
     Culturalmente, crescer e desfrutar do desconhecido pode romper más compreensões, abrindo caminhos ao saber. O hábito de um, deriva e distingui-o do outro. Sentir tais sensações e novas aspirações transcendem uma mente que parou, ousando a libertação.
    No existencial, o puro e o impuro são questionados, o bem e o mal, também. Julgo isso como benéfico, sobressaindo e erradicando os rótulos, que sempre tentam definir à existência. Não é necessário polemizar e fracionar individualidades, mas sim, entender à vida como o todo, todos como um. Por fim, sendo unidade, capazes de existir em sintonia e agregar valores reais aos distintos, mas sem, exclui-los do presente sentimento de unidade coesa.

"Unidade ser, para crescer
Individualmente evoluir, para usufruir
Ser o todo, junto ao todo
Paradoxalmente entender
Os mistérios do viver"